Palavras que de mim brotavam,
Agora, tem suas raízes secas.
Elas padeciam vivas, passivas.
Escureço e amargo, enrijecida.
Minha casca oca, e galhos a titubear,
Que buscam d'alma esquecida,
Uma única gota ali encontrar;
Do escasso néctar, da inspiração apodrecida.
Passaram-se estações.
Como se eu fosse banal.
De minhas folhas foi tirada a beleza.
Estou murcha e frágil.
Nem uma flor aqui brota.
E ao meu caule inútil, resta envelhecer.
Se foram os propósitos, a luta.
Vou embora devagar, aos restos.
Mas ainda estou aqui, em algum lugar.
Ao redor e dentro. Em fragmentos.
Disperça então, em galhos;
Onde não haverão mais frutos.
Juliana Lima.
Um comentário:
'Mas ainda estou aqui, em algum lugar.
Ao redor e dentro.'
Genial isso. Aliás, o poema todo está ótimo.
Beijos!
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